Quando nasci, a 3 de abril de 2005, fui criado e cuidado em minha casa com os meus pais e a minha família que me ia visitar imensas vezes e passava muito tempo comigo, em minha casa, apesar de não me lembrar.
Após isso, a partir dos meus 4 mezinhos de idade, fui viver para a casa dos meus avós Fátima e António, os meus avós maternos, que considero como meus segundos pais e assim foi. Apesar de ser da Lomba do Alcaide, considero-me da Lomba do Loução. O tempo foi passando e fui crescendo e ,com isso, o meu avô ensinou-me quase tudo o que eu sei a nível de trabalhar no quintal. Ele passava horas esquecidas comigo no quintal a ensinar-me a cavar, a fazer tocas para batatas, colocar adubo, cortar tapumes e muitas outras coisas que nunca me esquecerei. Às vezes, enquanto andávamos pelo quintal, e ele ia à minha frente, atirava-lhe torrões de terra para as costas e começávamos a rir. Ainda hoje, se fechar os olhos, ouço perfeitamente as suas gargalhadas.
Outra das muitas coisas que me ensinou foi a jogar dominó, uma coisa que ainda passo imenso tempo a jogar com ele nos dias de hoje. Há cerca de uns 4/5 anos, o meu avô foi de urgência para a cidade, com um AVC e, lá no hospital, ainda teve mais um (2 AVC) e mesmo assim não morreu. Saiu do hospital, superou a situação, fez fisioterapia e ficou como novo, apesar do braço e da perna direita terem perdido um pouco de movimento.
Este é um homem que era e é uma “Besta”, foi para a guerra do Ultramar e para o 25 de Abril de 1974. É um homem por quem tenho muito respeito e que considero o meu segundo pai, o meu grande Herói porque, apesar de ter passado por tudo aquilo, não desistiu e isso é o que me faz ter tanto orgulho nele. E, mais uma coisa, sei perfeitamente, não só por já terem dito mas também porque os conheço: sei que davam a sua vida por mim, tanto a minha avó como ele.
Em suma, é uma pessoa que quero levar para toda a vida e que tenho muitíssimo orgulho nele, pois é o meu “vavô”.
A.M
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